13.9.03

Desarticuladamente

Escrevo mais um texto e penso que o serviço está pronto. Toda vez é assim. Um processo de expiação, de catarse, algo quase involuntário, mas necessário. E aí as pessoas lêem, acham bonito, pensam que sou louco, ficam com pena e esquecem. Claro, porque no fundo elas acabam esquecendo. Do texto e de mim. É a lógica do escritor, alguém aí vai dizer, e eu vou concordar. É assim mesmo que funciona. Em um dia aplausos, mais aplausos. Em outro, silêncio. E a cabeça não entende, e a inspiração não vem, e a escrita torna-se mecânica. Mas não há problema algum nisso. É melhor desumanizar sua arte se você não quer uma frustração por segundo.

Tenho sempre a sensação de correr em círculos.

É mais fácil quando você não se importa com o que acontece quando a chuva cai sobre a sua cabeça.