22.3.10

Sobre os sons

Abrir a boca e não sair uma palavra não é mais um gesto a se aprender. Já faz parte do meu querer silencioso, do meu sofrer mudo. Ele já está em mim como um pouco da angústia que tenho quando penso em dizer aquilo que aprendi depois de você. Mas seria em vão. Se os seus ouvidos não conseguem mais intuir, só me resta viver com o indizível que se pode sentir guardado dentro de mim.

2.3.10

Desrotina

Desde que comecei a escrever, percebi logo que não havia muito mistério em quando produzir: basta um dia frio ou um coração partido para que as palavras brotem. Por isso, nunca tive dúvidas quanto a estar na cidade errada. Felizmente, as desilusões nunca me faltaram – os textos não me deixam mentir.

Mas hoje fez frio no Rio de Janeiro. E o coração está em paz. Então as palavras são poucas.

E eu até que prefiro assim.