11.8.03

Hobby

Quase todo mundo tem algum hobby do qual se orgulha, aquela coisa que adoraria fazer para o resto da sua vida, mas por medo ou coisa do gênero sempre deixa como segunda opção, como mera diversão. Algo que não parece fácil de ser seguido, aí o sujeito fica se lamentando porque não deu certo com nada, sem perceber que não se dedicou o suficiente ou que abstraiu daquilo que tinha mais paixão por não acreditar na viabilidade. Pois é. Eu não vou ser assim, com certeza. Para bem ou para mal, eu vivo meu hobby com freqüência. Sigo devotamente. Diria até que pratico mais do que deveria, jogando para o lado coisas que deveriam ser levadas com muito mais seriedade. Seu grande problema é ser mais forte que eu. Temos uma relação de dominador e dominado, uma coisa que não consigo explicar. É quase dependência. Ele me consome, toma meu tempo e minha disposição. Sufoca. Só que é um hobby um tanto quanto peculiar: apesar de não conseguir me separar dele, eu não o tenho como paixão. Na verdade, eu o odeio a cada vez que esbarro com ele. Fico me lamentando intensamente a cada manifestação. O que é incrível é como ele gosta de me enganar no início só para depois provar que está ali, firme como sempre. Não dá uma folga. É desesperador muitas vezes. Mas deixa estar. Um dia eu me acostumo e faço dele filosofia de vida. Talvez fique mais fácil de aceitar. Meu nome é Marcelo. Sou um especialista em relacionamentos frustrados.