20.6.12

Sobre pequenas coisas e nada mais

Talvez ela não saiba, mas, ainda hoje, toda vez que ele abre os olhos e a vê ao seu lado, ainda dormindo, o coração dispara como se fosse a primeira vez que a encontrasse ali. E se sente pleno, feliz, como o deve ser todo homem que, um dia, sonha em encontrar a mulher com quem vá dividir todos os seus momentos pelo resto da vida. E toca seus cabelos sutilmente, para que ela não acorde. E a abraça com carinho, para sentir o seu corpo. E pensa que é único, porque ela é dele assim.

Talvez ela não saiba, mas, ainda hoje, toda vez que ele fecha os olhos e a vê em seu pensamento, ainda sorrindo, a respiração acelera como se fosse a primeira vez que a beijou. E se sente criança, apaixonado, como o deve ser toda pessoa que encontra, finalmente, a pessoa com quem consegue se imaginar vivendo cada segundo pelo resto da vida. E fala em seu ouvido as palavras mais doces, para que ela saiba que é especial. E a beija com firmeza, para que cada beijo seja inesquecível. E pensa que ela é única, porque ele é dela assim.

Talvez ela não saiba, mas, ainda hoje, toda vez que ele procura palavras para a descrever, o que sobra é o silêncio. Porque algo dessa forma não se escreve, não se fala, não se registra. Sente-se, dia após dia, a cada amanhecer, a cada anoitecer, juntos ou separados. Porque é felicidade, amor, vida. Porque é assim. E, por isso, só eles dois podem viver.