Ela tem um sorriso e carrega as dores do mundo. Não é incoerente, sequer insana. Apenas aprendeu a ser assim: aquieta-se quando devia compartilhar, emudece quando devia gritar. E guarda e suporta e acumula e sofre. Só que ninguém vê. Porque ela não sabe pedir. Porque ela pensa não precisar. Mas nenhum peso é pouco para se carregar sozinho, e é o saber dividir que faz qualquer um maior. Assim as lágrimas podem sair e os sofrimentos podem cessar. Para seguir adiante sem abrir mão de si, vivendo um pouco da vida que às vezes parece esquecer que lhe pertence. Ser dela mesma antes de ser dos demais. Ser imperfeita para que o mundo não necessite esperar dela mais do que ela pode dar. Descobrir-se, por fim.
Ela tem o sorriso para o mundo. E guarda suas alegrias para o dia em que encontrar o seu lugar.