1.12.10
Queria que a mesma beleza que você vê aqui, nestas soltas palavras, permeasse o mundo que às vezes me cerca. De repente assim a tal melancolia que descolore a realidade se despedisse lentamente, abrindo espaço para a volta daquelas cores de um dia que, perdido na lembrança, foi feliz. Porém, naquilo que você enxerga imagens, eu só sinto sons, e ainda não acostumei meus olhos tão bem à paisagem quanto os meus ouvidos a essa melodia triste que vem da solidão. Talvez eu precise de uma nova música. Talvez o filme que passa aqui já não tenha mais graça. Talvez meus sentidos não saibam tão bem o que é melhor para mim. Talvez eu sinta o que você não pode falar.
Talvez por isso eu ainda possa aprender.
12.6.10
9.4.10
Antítese de uma relação
Quando a vontade de escrever esbarra na falta de habilidade com as palavras.
Quando a necessidade de botar o que se sente para fora trava-se numa lágrima contida.
Quando a saudade começa a se transformar em um se acostumar.
Quando o querer passa a ser distante.
Quando o gostar ameça se perder.
Quando parece não mais importar.
É aí que tenho mais vontade de dizer para você ficar aqui.
(Porque, no fundo, sei que esse não é o roteiro que quero seguir.)
22.3.10
2.3.10
Desde que comecei a escrever, percebi logo que não havia muito mistério em quando produzir: basta um dia frio ou um coração partido para que as palavras brotem. Por isso, nunca tive dúvidas quanto a estar na cidade errada. Felizmente, as desilusões nunca me faltaram – os textos não me deixam mentir.
Mas hoje fez frio no Rio de Janeiro. E o coração está em paz. Então as palavras são poucas.
E eu até que prefiro assim.