5.12.04

Antes Depois

Acordo sem a compreensão exata de quantas horas se passaram desde então e a sensação que tenho é que pouco ou quase nada mudou sei que às vezes as coisas perdem o seu sentido em meio à repetição mas quem são os que percebem que as novidades também são cíclicas como todas aquelas comédias românticas de Hollywood que a gente critica mas assiste acreditando em algo maior e melhor é estranho quando emoções intensas e inexperimentadas tomam conta da gente mas não menos estranho é quando descobrimos que não sentimos nada mesmo querendo sentir e aí o que sobra é um mistura de lamentação angústia frustração tristeza incerteza dor a saída passa a ser então fechar-se cada vez mais ainda que o mundo mostre para você que nada é à toa e que mesmo que soe como novo ou velho nunca se pode dizer o que é algo até se experimentar mas há sempre medo envolvido e o pensamento de que existe muito mais a ser perdido do que o que pode ser ganho permanece martelando a cada manhã sem ressaca talvez o pensar seja a atividade mais desprezível do ser humano ao nos trazer a capacidade de entender o que é risco e nos fazer temê-lo sempre e ainda que a nossa ingenuidade tente dizer que não nunca somos depreendidos dele o suficiente para fazer o que deveria ser feito por isso as oportunidades são perdidas e viram sonhos utopias é quando a foto à sua frente parece ganhar vida e aquela música tocada repetidas vezes na manhã seguinte começa a tomar um sentido você só deseja que algo faça efeito para que os dias não passem simplesmente. São 12 horas para a nova idade chegar. O que mudará aqui?